Em uma conversa com a dona Maria Helena de Oliveira Moreira, residente do Feira 10, a realidade de quem convive com diversas condições de saúde, como fibromialgia, depressão, ansiedade, bipolaridade e esquizofrenia, foi exposta de forma alarmante. Dependente de medicamentos fornecidos pela prefeitura de Feira de Santana, dona Maria Helena enfrenta uma situação crítica, especialmente em relação à falta de remédios no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) 3, localizado em Olhos d’Água.
“Estou passando por muitos problemas, com muitas dores e crises psiquiátricas constantes por falta de remédio. Desde janeiro, não há medicamentos disponíveis para quem faz acompanhamento psiquiátrico lá”, relatou a moradora. A escassez de remédios tem obrigado dona Maria Helena a recorrer a doações de amigos, que têm contribuído com cartelas de medicamentos.
A situação se agrava com a retirada do direito de prioridade na Secretaria de Saúde para os portadores de fibromialgia. “O prefeito e o secretário de saúde tiraram nossa prioridade e jogaram a responsabilidade para um sistema que não funciona. Agora, temos que esperar meses para conseguir uma consulta com um reumatologista”, desabafou.
A moradora também criticou a falta de ações efetivas por parte da prefeitura. “Na semana passada, o prefeito anunciou a contratação de uma cooperativa para distribuir os remédios, mas até agora nada aconteceu. Ligamos para o CAPS 3 na sexta-feira e fomos informados que não havia remédio nem previsão de chegada. Como vamos viver assim?”, questionou.
Dona Maria Helena também tomou a iniciativa de entrar com uma ação no Ministério Público contra a segunda DIRIS, exigindo a disponibilização dos medicamentos necessários para o tratamento da fibromialgia. “Um remédio é conjugado com o outro, e isso é fundamental para o meu tratamento”, concluiu.
A luta da dona Maria Helena representa a realidade de muitos moradores que dependem do sistema público de saúde e enfrentam dificuldades para acessar os cuidados que precisam. A falta de medicamentos e a precariedade no atendimento são questões que exigem atenção urgente das autoridades locais.
Matéria por Vicente Santos








