Por: Vicente Santos
Feira de Santana é uma cidade que muitos apenas cruzam, outros decidem partir e muitos escolhem ficar. Terra dos tropeiros, berço de Luiz Caldas e de inúmeros artistas que representam nosso talento cultural. Mas, infelizmente, quando Feira aparece no cenário nacional, quase sempre é por motivos lamentáveis.
Nesta semana, algo sério aconteceu nos bastidores da nossa sociedade feirense: informações de extrema importância vazaram. Surgiu uma versão para o “quem foi o culpado” que parece coisa de novela. Entre um TY, um secretário e sabe-se lá o quê, o nome do estagiário do TY ficou cravado como bode expiatório. “Eu não fui, se fosse não seria”, parece o lema.
O curioso é que a computação e a tecnologia, esses mundos pouco compreendidos por muitos que lidam com o assunto, acabam sendo o refúgio para desculpas em casos como este. Mas será que a culpa realmente é do estagiário? Ou seria mais fácil jogar a pedra em alguém que não tem voz para se defender?
Feira passa por isso: uma constante luta entre as verdades oficiais e as versões que tentam proteger interesses pessoais. Enquanto muitos sofrem com as consequências do vazamento, a pergunta que fica é: quem realmente falhou? E, mais importante ainda, quando aprenderemos a cuidar melhor da cidade que tantos amam?O episódio não é apenas uma falha técnica ou administrativa. É reflexo de uma cultura política e social que precisa evoluir para que Feira de Santana não seja lembrada só por esses “escândalos”, mas sim por seus artistas, sua história, seu povo.
Será que um dia entenderemos o valor da transparência aliada ao respeito? Por enquanto, prefiro acreditar que sim. Afinal, Feira é cidade de gente que enfrenta, que cria e que não se entrega fácil.
