Treinador vê manipulação e cobra punição a árbitro de vídeo
O Bahia voltou a sofrer longe de casa e foi atropelado pelo Atlético-MG por 3 a 0 na Arena MRV, pela 32ª rodada do Brasileirão. A derrota escancarou não apenas a fragilidade do time em jogos fora de Salvador, mas também o limite da paciência de Rogério Ceni. Após a partida, o técnico detonou a arbitragem de vídeo, em especial o árbitro Rafael Traci, responsável por revisar o lance que culminou na expulsão de Kanu no início do segundo tempo. O Bahia, que fazia um jogo equilibrado até então, sucumbiu à superioridade atleticana e deixou o campo sem forças para reagir.
Dentro das quatro linhas, a partida teve duas fases distintas. No 11 contra 11, o Bahia mostrou organização, controlou espaços e chegou com perigo em bolas trabalhadas por Cauly e Biel. Após a expulsão, o plano desabou. Ceni tentou reorganizar o time com duas linhas de quatro, mas a intensidade do Atlético e a fadiga tricolor, com menos de 72 horas desde o jogo anterior, tornaram o cenário irreversível. Hulk, em noite inspirada e de marca histórica, comandou o baile mineiro.
A derrota mantém o Bahia em zona delicada na tabela e aumenta a pressão às vésperas do duelo contra o Internacional, no Beira-Rio. Mais do que os três pontos perdidos, o episódio reacende o debate sobre os critérios do VAR e o tratamento desigual entre clubes. Ceni, que havia recentemente defendido a arbitragem nacional, agora vocaliza o sentimento de revolta que há muito ecoa em outros vestiários.
No fundo, a crítica de Ceni é sintoma de um problema mais profundo. O VAR, concebido para reduzir injustiças, tornou-se vetor de desconfiança e ruído no futebol brasileiro. A indignação do técnico é legítima, mas também revela um Bahia que, diante das próprias limitações, busca no apito a explicação que o campo já começa a dar. Entre a queixa e a autocrítica, está o desafio de um time que precisa reagir antes que seja tarde.
Fonte: Site Folha do Estado
