Deputado estadual está preso por suspeita de chefiar milícia em Feira de Santana; decisão final será em sessão secreta
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) analisa nesta semana o parecer que irá embasar a votação sobre a manutenção da prisão do deputado estadual Binho Galinha (PRD). O desfecho do processo será decidido em plenário nesta sexta-feira, 10 de outubro, em uma sessão de caráter secreto — como previsto no regimento interno da Casa em casos de deliberação sobre a prisão de parlamentares.
Binho Galinha, eleito com mais de 70 mil votos em 2022, está atualmente custodiado no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Ele é acusado de liderar uma organização criminosa com atuação em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, com envolvimento em crimes como milícia armada, extorsão, agiotagem, jogo do bicho, tráfico de armas e lavagem de dinheiro.
As acusações contra o deputado são resultado de investigações do Ministério Público da Bahia (MP-BA), em parceria com a Polícia Civil, no âmbito das operações El Patrón e Estado Anômico. As ações penais apontam que o grupo comandado por Binho teria ramificações dentro e fora do estado, com uso da estrutura político-partidária para blindar suas atividades ilegais.
Além do parlamentar, também foram denunciados sua esposa, seu filho e vários aliados políticos e operadores financeiros.
Durante reunião da CCJ na última quarta-feira (8), o advogado de defesa, Gamil Föppel, contestou a legalidade da prisão preventiva, argumentando que ela viola o princípio constitucional da imunidade parlamentar. Föppel também questionou a competência da Vara responsável pelo processo e negou que Binho estivesse foragido, afirmando que ele estava em viagem e se apresentou espontaneamente ao Ministério Público ao retornar.
A votação desta sexta-feira será decisiva para o futuro político do deputado. Caso o plenário da ALBA, composto por 63 parlamentares, decida pela manutenção da prisão, o processo judicial seguirá com Binho preso. No entanto, se a maioria simples optar pela revogação da prisão, o deputado poderá responder em liberdade, mesmo com a continuidade das investigações.
Por: Vicente Silva








