Em agosto de 2025, as exportações brasileiras de alimentos industrializados enfrentaram uma dura queda de US$ 300 milhões, ou 4,8%, em relação a julho — totalizando US$ 5,9 bilhões, segundo dados da ABIA. O principal fator dessa retração foi a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos, que reduziram drasticamente as vendas para o principal mercado externo do setor.
As vendas para os EUA despencaram 27,7% no mês e quase 20% na comparação anual, impactadas por tarifas elevadas e antecipação de embarques em julho. Produtos como açúcares, proteínas animais e preparações alimentícias tiveram queda brutal de até 69,5%, dificultando ainda mais a recuperação do setor.
Por outro lado, o México se destaca como alternativa, aumentando suas compras em 43% e totalizando US$ 221,15 milhões em agosto, sobretudo de proteínas animais. Essa mudança revela uma possível tendência de redirecionamento comercial, que pode afetar o perfil de exportação do Brasil a longo prazo.
Se as condições atuais persistirem, a ABIA estima uma perda acumulada de até US$ 1,351 bilhão nas vendas ao mercado norte-americano até o fim do ano — uma queda potencial de até 80% para os produtos mais afetados. João Dornellas, presidente da ABIA, reforça a importância da diversificação de mercados e da negociação internacional para minimizar os impactos dessa crise.
Por:Vicente Santos








