O arcebispo Dom Marcos, líder da Igreja Católica Provincial Independente do Brasil, se pronunciou publicamente após seu nome e sua instituição religiosa se tornarem alvos de críticas no plenário da Câmara Municipal. A polêmica gira em torno de um casamento entre pessoas do mesmo sexo celebrado por ele há seis anos, que recentemente voltou a ser alvo de discursos considerados homofóbicos e intolerantes.
Em entrevista ao site RaioXNEWS, Dom Marcos demonstrou surpresa diante da repercussão negativa. Ele defendeu a liberdade de amar como um princípio fundamental, enfatizando que sua igreja tem como missão acolher os marginalizados e excluídos da sociedade. “A Igreja Católica Independente oferece um evangelho libertário, ao contrário de outras instituições que manipulam as Sagradas Escrituras para controlar as massas”, afirmou.
Segundo o arcebispo, a reação adversa à celebração do casamento entre dois homens não passa de um “jogo sujo” de pessoas incomodadas com o crescimento e o trabalho social desenvolvido por sua igreja em Feira de Santana. Ele lamentou o uso político do caso e reforçou que a prioridade dos vereadores deveria ser voltada a problemas reais que afetam a população.
“Enquanto discutem minha atuação religiosa, há uma lista com nomes de pessoas com fibromialgia e HIV que não estão recebendo a assistência necessária. Isso sim deveria ser o foco das autoridades”, denunciou.
Diante dos ataques, Dom Marcos já tomou providências legais. Ele protocolou um pedido de direito de resposta junto à Câmara Municipal e exigiu que discursos intolerantes e que violam os princípios do Estado laico não sejam tolerados no espaço público. “A intervenção política em assuntos religiosos é inaceitável. A Constituição assegura a liberdade religiosa, e é preciso respeitar isso”, completou.
O episódio reacende o debate sobre os limites entre fé, política e direitos civis, e levanta uma discussão essencial sobre o respeito à diversidade e à liberdade de culto em uma sociedade democrática.
Por: Vicente Santos








