Foi encerrado na última segunda-feira (8), o período de testes de um ônibus 100% elétrico, dentro do sistema de Transporte Coletivo, em Feira de Santana. O veículo de origem chinesa começou a operar em caráter experimental no dia 24 de agosto, operando na linha entre o Terminal Central e o Jardim Brasil, com um percurso de 26 km de ida e volta.
O ônibus elétrico tem a capacidade de transportar até 78 passageiros por viagem. Além disso, possui autonomia de 300 km por carga completa, com carregamento total das baterias em 4 a 5 horas. Apesar das inúmeras vantagens para o meio ambiente, ao impulsionar o desenvolvimento da chamada ‘Economia Verde’ em Feira de Santana, tornando a mobilidade urbana mais sustentável, o ônibus 100% elétrico não deverá ser adotado pelas concessionárias, em razão do alto custo para sua implantação.
Em entrevista ao Folha do Estado, o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Sérgio Carneiro, explicou que o veículo 100% elétrico custa mais de R$ 3 milhões, enquanto o ônibus convencional a diesel seria no máximo R$ 1,8 milhão.
“Esses testes foram realizados pelo Fórum Baiano de Secretários e Dirigentes Municipais de Mobilidade. O intuito era saber se de fato o ônibus elétrico era tão confortável quanto o outro; a questão da autonomia em relação às novas baterias, mas ele é muito mais caro. As operadoras e também os governos preferem o ônibus mais barato. (…) Os primeiros estudos mostram que só após cinco anos é que se igualam em termos de vantagens. Então em um mandato de quatro anos de um prefeito, eles preferem colocar mais ônibus a este elétrico”, afirma.
O ônibus elétrico trazido para Feira de Santana é fabricado pela empresa Higer, representada no Brasil pela empresa Tevx. Segundo o administrador da empresa São João, Abel Soares, o veículo possui suspensão a ar, ar-condicionado digital, rampa de acessibilidade com capacidade de até 350 quilos, telas de vídeo, câmeras de monitoramento, carregador para celular, além de poltronas confortáveis com espaços mais amplos para gestantes, espaço para cadeirantes e acompanhantes.
No entanto, de acordo com o secretário, por falta de viabilidade ecônomica, uma vez que o contrato de concessão diz que as empresas são responsáveis pela aquisição, a empresa São João não demonstrou interesse na compra do veículo, por enquanto. Além da inviabilidade econômica, Sérgio apontou também a necessidade de se investir em infraestrutura para implantá-lo.
“Além da questão da aquisição do ônibus, também teriam que ser montados os eletropostos para que ele possa funcionar; haver um reforço por parte da Neoenergia nos locais onde fossem instalados, avaliar quantos locais seriam necessários, então toda uma infraestrutura que teria que ser feita. Pelo menos nesse momento, isso vai dificultando a sua implantação. Na medida em que os veículos comecem a ser vendidos, e de repente o governo der incentivos ou a indústria conseguir baratear o custo, poderá ser competitivo em relação ao ônibus convencional. No momento é pouco atrativo. Portanto, na última segunda-feira, veículo foi para Camaçari, onde agora serão realizados os testes.








