Na sessão desta terça-feira na Câmara Municipal, o vereador Pedro Américo fez um pronunciamento contundente sobre a grave crise no Plan Serve, plano de saúde destinado ao funcionalismo público da Bahia. Em tom de urgência, ele cobrou do governo estadual uma reestruturação imediata do sistema, que, segundo ele, está à beira do colapso.
Em seu discurso, Américo destacou que médicos e clínicas conveniadas estão sendo desvalorizados e abandonados pelo Estado. Segundo o vereador, o governo tem descredenciado prestadores de serviço sem justificativa adequada, o que já levou à interrupção de atendimentos em 18 especialidades médicas. “Estamos diante de um cenário insustentável, tanto para os profissionais quanto para os beneficiários do plano”, alertou.
Um dos principais pontos de crítica foi a tabela de remuneração do Plan Serve, considerada obsoleta e defasada. Américo revelou que médicos estão recebendo valores irrisórios por atendimento – em alguns casos, apenas R$ 8,00 por consulta – enquanto enfrentam uma espera de até 90 dias para o recebimento dos repasses.
“Como se exige excelência no atendimento se o profissional não consegue nem se sustentar?”, questionou o vereador. Ele apontou que essa precarização está levando clínicas a se descredenciarem do plano, reduzindo drasticamente a oferta de atendimento para os quase 600 mil servidores públicos e dependentes que dependem do sistema.
Américo também chamou atenção para o chamado “efeito cascata” da crise do Plan Serve. Segundo ele, operadoras de planos de saúde particulares têm usado a tabela do plano estadual como referência, o que está derrubando ainda mais os valores pagos a médicos na rede privada. “Estamos vendo profissionais receberem apenas R$ 13,00 líquidos por procedimentos particulares. Isso é um absurdo. Essa política de remuneração empurra toda a saúde para a falência”, criticou.
Ao final do discurso, o vereador fez um apelo ao governador da Bahia para que promova, com urgência, uma reestruturação da tabela do Plan Serve, além de lançar uma campanha de recadastramento e credenciamento de clínicas e profissionais. Para ele, essas medidas são fundamentais para restaurar a dignidade da saúde pública e garantir atendimento de qualidade à população.
“Trata-se de uma decisão administrativa simples, mas com potencial de transformar milhões de vidas. Precisamos de uma saúde pública eficiente, valorizada e acessível a todos”, concluiu Pedro Américo, sob aplausos de parte da plenária.
Por: Vicente Santos
