A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta sexta-feira (3) um dos principais fornecedores de insumos utilizados na falsificação de bebidas alcoólicas em todo o estado. A prisão ocorreu no bairro Jardim Carumbé, na zona norte da capital, durante uma operação que investiga uma ampla rede criminosa envolvida na produção e comercialização de bebidas adulteradas.
Segundo a 1ª Delegacia de Investigações sobre Roubo e Furto de Veículos (Divecar), o suspeito mantinha dois imóveis usados como centros logísticos para armazenar e distribuir materiais ilegais. No local, os agentes apreenderam milhares de itens falsificados, incluindo garrafas, tampas, rótulos, caixas e selos do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), usados para simular a legalidade das mercadorias.
Rede criminosa organizada
As investigações revelam que o homem preso era peça-chave em uma estrutura criminosa organizada, responsável por fornecer insumos para diversos grupos especializados na falsificação de bebidas, principalmente no interior paulista. Cada célula do esquema tinha funções específicas: desde o engarrafamento de bebidas de origem desconhecida até a aplicação de rótulos falsificados que imitavam marcas conhecidas.
Os rótulos, conforme apurado, eram impressos em gráficas ainda sob investigação. Já as tampas e demais componentes eram fabricados ou adulterados com alto nível de sofisticação, dificultando a identificação visual da falsificação por parte do consumidor.
Riscos à saúde e à economia
A comercialização de bebidas falsificadas representa um grave risco à saúde pública, já que as substâncias utilizadas podem conter ingredientes tóxicos, como metanol, que pode causar cegueira ou até levar à morte. Além disso, a prática lesa o fisco, gera concorrência desleal com produtores legais e alimenta o crime organizado.
O suspeito foi autuado pelos crimes de:
Violação de propriedade industrial, conforme a Lei nº 9.279/1996 (Lei da Propriedade Industrial);
Crimes contra as relações de consumo, previstos no Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), como falsificação de produtos e comercialização de itens impróprios ao consumo.
Ambos os crimes preveem penas de reclusão e multa. O investigado segue preso e à disposição da Justiça. A Polícia Civil continua as diligências para localizar os demais envolvidos, incluindo os responsáveis pelas gráficas e pontos de engarrafamento clandestinos.
Por Vicente Santos








