O ator Wagner Moura voltou a se manifestar publicamente contra a Proposta de Emenda à Constituição conhecida como PEC da Blindagem, além de criticar outros movimentos da direita brasileira. Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (22), por ocasião do lançamento de sua nova peça teatral, “UM JULGAMENTO – depois do Inimigo do Povo”, Moura refletiu sobre a expectativa recorrente de que artistas se posicionem sobre temas políticos.
No domingo (21), o ator participou de um ato contra a PEC na orla da Barra, em Salvador, ao lado da cantora Daniela Mercury. A ausência de outras figuras proeminentes da cena cultural baiana na manifestação gerou ampla repercussão nas redes sociais, com críticas ao aparente silêncio de artistas locais.
Ao comentar a participação de artistas veteranos em manifestações similares no Rio de Janeiro, Moura disse:
“Eu fiquei vendo o vídeo dos caras lá no Rio. Você vê que eles estão velhinhos, né? Mas estão ali, naquele palco, lutando por democracia, pelas coisas em que acreditam, cantando músicas que fazem parte da nossa vida. É emocionante, é bonito. Um grande exemplo de cidadania, de artista cidadão.”
Apesar disso, o ator também ponderou sobre a pressão que artistas sofrem para se manifestar:
“Tenho resistência à cobrança para que artistas se posicionem. Acho que artista é como qualquer pessoa — deve falar quem quer falar.”
Wagner Moura ainda ressaltou que muitos artistas evitam se pronunciar por receio de retaliações do público, já que qualquer posicionamento, seja alinhado à esquerda ou à direita, inevitavelmente desagradará parte da sociedade.
