Por: Vicente Santos
Antigamente, direita e esquerda eram conceitos mais simples: apenas escolhas políticas e ideológicas que permitiam debates e convivência. Hoje, vivemos num cenário bem diferente, onde o medo domina a relação entre os lados, e quem mais se destaca são pessoas que pensam unicamente em seus próprios interesses, ampliando a divisão.
Estudos mostram que a polarização no Brasil não é apenas uma briga política, mas um fenômeno que atinge as relações sociais cotidianas, separando famílias, amigos e colegas de trabalho em campos inimigos. A divisão vem crescendo, atingindo seu ápice no governo Bolsonaro, e mesmo com sinais de distensão digital recente, a polarização permanece intensa e afetiva, especialmente nas percepções sobre lideranças políticas.
Essa radicalização muitas vezes impede o diálogo e cria um ambiente onde o respeito mútuo diminui — para 80% dos brasileiros, o desrespeito entre pessoas com opiniões distintas aumentou, tornando difícil até conviver com quem pensa diferente. O medo se expande e alimenta inseguranças que podem levar a mais violência, discriminação e enfraquecimento da democracia.
Mais que um confronto de ideias, o atual cenário parece um jogo no qual grupos defendem seus espaços de poder a qualquer custo, fechando-se em si mesmos e esquecendo do coletivo. Assim, o debate saudável virou uma disputa onde ninguém quer ceder, o que atrasa o desenvolvimento e fragiliza o tecido social.
A grande questão permanece: será que ainda podemos retomar a convivência respeitosa e um diálogo que aceite diferenças sem medo? Como você enxerga esse medo dos lados no seu dia a dia?








