Em um desabafo emocionado, na sessão desta terça – feira 23 na Câmara de Vereadores, Josefa, presidente da Associação de Familiares, Amigos e Pessoas Vivendo com HIV e AIDS, abordou a grave questão da invasão de privacidade enfrentada por aqueles que vivem com o vírus. Soropositiva há 26 anos, Josefa se tornou uma voz ativa na luta pelos direitos de mais de 5 mil pacientes na região, refletindo sobre a dor e o medo que muitos sentem ao ter suas identidades expostas.
“Eu sou a única que dá a cara e a voz há 10 anos nessa caminhada, porque não me preocupo com a opinião de ninguém. Mas a dor que eu sinto é a daqueles que foram expostos. Muitos não têm coragem de contar para suas famílias e amigos que são soropositivos”, afirmou Josefa. A preocupação dela se estende à saúde mental e emocional dessas pessoas, que podem enfrentar consequências devastadoras, incluindo suicídio, devido ao estigma e à discriminação.
Josefa ressaltou a falta de apoio e atenção por parte das autoridades. “Apenas um vereador realmente se importou e esteve presente nas nossas lutas. Os outros nos esquecem, como se fôssemos invisíveis”, desabafou. Ela enfatizou que a luta não é apenas por medicamentos, mas pela dignidade e respeito que todos merecem.
A presidente da associação fez um apelo à sociedade: “As pessoas precisam estudar mais sobre o HIV, entender como é transmitido e aprender a abraçar e apoiar aqueles que vivem com o vírus. Não desejo que ninguém passe pelo que eu passo, porque é um peso imenso.”
Josefa finalizou sua fala com um chamado à ação e à empatia: “O telhado de vidro pode quebrar a qualquer momento. Precisamos nos unir para combater o preconceito e cuidar uns dos outros.” A luta de Josefa e de sua associação é um lembrete da importância de respeitar a privacidade e a dignidade das pessoas vivendo com HIV e AIDS, promovendo um ambiente mais acolhedor e solidário.
Matéria Vicente Santos








